
O Gondomar Sport Clube tem vindo a crescer nos últimos anos e conta com cerca de 250 atletas nas suas camadas jovens. Fábio Barros iniciou-se como atleta no GSC aos 6 anos, quando ainda não podia competir. Ao longo dos anos foi jogando sempre na equipa titular e agora é um dos jogadores da equipa senior. Mas as coisas não são como parecem. Na época 2006/2007 apenas 2 juniores subiram à equipa profissional, os outros andarão por aí, pois o clube que defendiam há mais de 10 anos nada fez por eles.

Fábio Barros ou Fabeta, alcunha pela qual é chamado desde os 6 anos, diz que “O Gondomar com o passar do tempo tem vindo a estabelecer uma maior relação entre as suas camadas jovens e a equipa principal.Há algum tempo atrás era muito difícil ver um jogador da casa na equipa principal,o que por lógica deve ter havido algum jogador que o Gondomar tenha deixado fugir com muita qualidade. No entanto, com o passar do tempo,as camadas jovens têm vindo a evoluir e a conseguir muitos êxitos,o que prova que cada vez mais tem havido maior qualidade e maior trabalho.Assim, a equipa senior começa a ter alguns jogadores formados na casa. Mas essa evolução tem-se verificado só na promoção porque ainda continua dificil a oportunidade para se afirmar”. Esta afirmação prova que, de facto, o GSC tem receio de apostar nos jovens no momento em que devem subir à equipa principal.
Apesar de ser jogador da casa e de integrar a equipa profissional, Fabeta ainda não teve a oportunidade para mostrar o seu trabalho “Quando entramos no mundo profissional a competitividade é muito diferente.Começando logo pelos adversarios, depois no balneário onde surgem dois opostos,os mais velhos, mais experientes e os imaturos! Quando começa a competição todos querem jogar o que leva os jogadores à célebre frase ‘cada um por si’. Sendo assim, este nível elevado de competitividade afecta sempre um recém promovido”.
Muitos jovens como o Fabeta sentem-se frustrados por não poderem mostrar o seu trabalho e muitas vezes seguem por caminhos que só os destroem. É preciso saber lidar com a situação e apoiar estes jovens que dedicam toda a sua vida ao futebol e a um clube, pois tal como afirma o jogador “Um jovem que seja ambicioso fica sempre frustado de não ser convocado.Todos queremos jogar,mostrar,ganhar experiência e evoluir para chegar o mais longe possível,daí que seja frustante não ser convocado. Contudo,falo por mim, a frustração transforma-se em força para que nos treinos possa dar o meu melhor. Só que isto varia da capacidade de cada pessoa”.
Cabe aos próprios clubes apoiar os seus atletas, não basta exigir deles o esforço, a dedicação, os resultados. O clube deve apoiá-los psicologicamente, para que estejam preparados para as várias situações que envolvem o mundo do futebol. O clube não deve deixar os atletas na expectativa, não deve dar-lhes esperanças quando de facto não as há, deve esclarecer o jogador, pois pelo menos esse direito ele tem. Fábio Barros está também na expectativa “O meu futuro neste momento está incerto, sinto-me insatisfeito, como é óbvio. Tenho contrato de um ano, mas espero renovar”.